Últimos posts

Confissões de um adolescente: Um grito na multidão.

Um agradecimento por uma vida que salvou outra.


Kaique Augusto foi achado morto em um viaduto no Centro de São Paulo. A polícia fechou o caso como homofobia pois o garoto foi encontrado com uma fratura esporta na perna e os dentes quebrados. Mais tarde, após ler o diário dele, chegaram a conclusão que ele havia se matado por depressão. A mão alega não sabe do doença do filho e que teria feito de tudo para ajuda-lo. Agora é tarde para pensar em prestar socorros não é mesmo? Suicídio ou homicídio, ele é apenas mais um dentre os milhões de jovens que morrem diariamente por conta da homofobia. Com certeza, para ele contestar nosso maior instinto que é sobreviver, foi porque ele já não aguentava a rotina do dia a dia.
Essa morte em particular significa muito para mim. Meu nome é Kaique e tenho a mesma idade que ele teria se estivesse vivo. No dia do ocorrido, eu estava passeando com meus amigos próximo donde ele foi encontrado. Deixei meu celular no modo avião porque estava descarregando, e fui surpreendido quando cheguei em casa e fui olhar minhas mensagens. Eu tinha mais de 200 mensagens/ligações de pessoas que tinham visto ou escutado o que havia ocorrido por cima e acharam que havia sido eu.
Não era eu; mas poderia ter sido. Comecei a ter depressão quando me assumi por conta da reação dos meus pais. Eu me odiava por ser gay e não poder mudar isso. Eu poderia ter sido o Kaique que morreu agredido por ser gay. Eu também poderia ter sido o Kaique que se matou por não conseguir conviver com quem era.
Dentre as mensagens e ligações que eu havia recebido, lá estavam meus pais. Foi quando eu descobri que eles não me odiavam por eu ser gay, mas tinham medo do que o mundo iria fazer comigo. Hoje em dia, nossa relação está melhor; e eu também aprendi a me amar.
Não conheci o Kaique, ou a família dele, mas esse garoto fez muito na minha vida, pena que foi dessa forma tão brusca.
Nesse dia dos finados quero prestar uma homenagem a todos os marginalizados pela sociedade que morrem vítima de agressão, de doenças, ou do medo de si próprio. Há um longo percurso para chegar ao fim do luz, mas o Paraíso só é encontrado por aqueles que o buscam. Sejam sempre vocês mesmo, e se amem, independente da opinião dos outros. Você só precisa de uma aceitação para ser feliz: a sua.


Confissões de um adolescente é a nova coluna do Love & POP, escrita por Lucky. Futuro jornalista, possuí uma página de contos gays no Facebook Cidade que não dorme . Fale com ele pelo Facebook e pelo Twitter sobre assuntos que gostariam de ler no blog. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Love & Pop Designed by Templateism.com Copyright © 2014

Tecnologia do Blogger.